O que é o Autismo?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica do neurodesenvolvimento caracterizada por alterações na interação social, na comunicação e na presença de comportamentos repetitivos e interesses restritos.

Larissa Carmo

2/22/20253 min ler

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O que é o Autismo?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica do neurodesenvolvimento caracterizada por alterações na interação social, na comunicação e na presença de comportamentos repetitivos e interesses restritos. Essas características variam significativamente de pessoa para pessoa, tornando o autismo um espectro com diferentes níveis de suporte e necessidades individuais.

Principais Características do Autismo

As pessoas autistas podem apresentar uma ampla variedade de características, que incluem:

  • Dificuldades na interação social: podem ter dificuldades em compreender expressões faciais, linguagem corporal e normas sociais. Algumas podem evitar contato visual ou não compreender o conceito de reciprocidade social.

  • Alterações na comunicação: algumas pessoas autistas podem ser não verbais, utilizando outros meios de comunicação, como gestos, comunicação alternativa e aumentativa (CAA) ou dispositivos eletrônicos. Outras podem apresentar ecolalia (repetição de palavras ou frases) ou dificuldades na linguagem pragmática, ou seja, no uso da linguagem de forma socialmente apropriada.

  • Comportamentos repetitivos e interesses restritos: podem apresentar padrões de comportamento repetitivos, como balançar o corpo, bater as mãos ou alinhar objetos, além de desenvolver interesses intensos e profundos por temas específicos, como mapas, astronomia ou um determinado personagem fictício.

  • Hipersensibilidade sensorial: muitas pessoas com TEA são hiper ou hipossensíveis a estímulos sensoriais. Isso pode significar uma aversão a sons altos, luzes brilhantes, certas texturas e cheiros, ou, ao contrário, buscar estímulos intensos, como girar objetos, cheirar repetidamente algo ou tocar superfícies variadas.

  • Rotinas e previsibilidade: muitas pessoas autistas preferem seguir uma rotina estruturada e podem ficar ansiosas ou frustradas com mudanças inesperadas no ambiente ou no dia a dia.

Causas do Autismo

As causas do autismo ainda não são completamente compreendidas, mas estudos indicam que o TEA tem origem multifatorial, envolvendo fatores genéticos e ambientais. Algumas pesquisas apontam que mutações genéticas podem desempenhar um papel importante no desenvolvimento da condição, especialmente em genes relacionados à conectividade neuronal e ao funcionamento cerebral. Além disso, fatores ambientais, como complicações durante a gestação ou exposição a substâncias tóxicas, podem contribuir para o desenvolvimento do TEA. No entanto, não há evidências científicas de que vacinas ou métodos de criação influenciem no desenvolvimento do TEA.

Diagnóstico e Identificação

O diagnóstico do TEA é clínico, baseado na observação dos comportamentos da pessoa e no relato de pais, professores e profissionais da saúde. Ele geralmente é realizado por uma equipe multiprofissional, incluindo médicos, psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. Os principais critérios diagnósticos seguem manuais como o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) e a CID-11 (Classificação Internacional de Doenças).

A identificação precoce é fundamental para que intervenções possam ser aplicadas rapidamente, ajudando no desenvolvimento e na qualidade de vida da pessoa autista. Sinais como atraso no desenvolvimento da fala, falta de interesse em interações sociais e comportamentos repetitivos podem ser notados ainda na infância, levando os pais a procurarem especialistas.

Intervenções e Apoio

Embora o autismo não tenha cura, uma abordagem adequada pode melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas autistas. Algumas intervenções incluem:

  • Terapia Comportamental: Métodos como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) podem ajudar no desenvolvimento de habilidades sociais e na redução de comportamentos desafiadores.

  • Terapia Ocupacional: Auxilia no desenvolvimento de habilidades motoras finas e na adaptação a estímulos sensoriais.

  • Fonoaudiologia: Importante para o desenvolvimento da comunicação, seja por meio da fala ou de métodos alternativos.

  • Suporte Educacional: A inclusão escolar e o uso de metodologias adaptadas são essenciais para o desenvolvimento acadêmico de crianças autistas.

  • Apoio Familiar: O suporte emocional e educacional para as famílias ajuda na compreensão e adaptação às necessidades da pessoa autista.

O Autismo e a Sociedade

A conscientização sobre o autismo tem crescido nos últimos anos, promovendo maior inclusão e direitos para pessoas autistas. No Brasil, leis como a Lei Berenice Piana (Lei 12.764/2012) garantem direitos e acesso a serviços especializados. Além disso, a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA) facilita o acesso a políticas públicas e atendimento prioritário.

A compreensão sobre o TEA é essencial para combater o preconceito e construir uma sociedade mais acessível e inclusiva para todas as pessoas autistas. A inclusão efetiva envolve não apenas adaptações estruturais, mas também mudanças na forma como a sociedade enxerga e acolhe a neurodiversidade.